Lula e Hugo Chavez, os amigos de Georg W. Bush
Estamos num cenário político sui generis na América Latina. De um lado Lula, que se julgava o maior líder de esquerda por estas bandas. Nunca foi vermelho na essência, e na aparência anda desbotando a olhos vistos. Mas continua com seu discurso de governante dos pobres. Na Venezuela temos Hugo Chavez. Nunca foi de esquerda, nem na essência, tampouco na aparência. É um militar de carreira que teve de fazer um discurso diferenciado e pronunciá-lo com peito estufado para chegar ao poder e nele se manter. Não se lhe nega a qualidade de nacionalista. Reeleito mais uma vez, esforça-se em carregar as tintas vermelhas na aparência e jura que a essência é similar.
Para quem tem um mínimo de cultura política e pelo menos uma dúzia de neurônios, Lula é um farsante. O maior trunfo que exibe – o programa de socorro aos mais pobres, seria digno de aplausos, não fosse o valor irrisório e a didática equivocada. Um programa de emergência não pode estender-se pelo tempo; vira vício.
Lula governa um dos países potencialmente mais ricos, cuja maioria do povo é um dos mais pobres, e uma pequena elite abjeta, uma das mais ricas do planeta. Paga a taxa de juros mais alta a seus intermináveis credores. Já chegou a 16% ao ano, depois decresceu um pouco. Só para se ter uma idéia do absurdo, a Turquia paga a segunda taxa mais alta, 6% ao ano. Este volume criminoso de dinheiro que Lula paga em juros aos magnatas de Wall Street inviabiliza completamente o desenvolvimento do país. Daí a necessidade das esmolas que dá ao povo para mantê-lo inerte e submisso, tática reforçada pelo discurso “socializante”.
Hugo Chavez faz algo parecido. Discursos veementes contra os imperialistas para manter o povo num frenesi permanente. Mas o que faz na prática? É um dos maiores fornecedores de petróleo dos yankees, para que estes se tornem cada vez mais fortes e imperialistas.
O que me parece é que o capitalismo mundial avançou tanto em suas formas de exploração dos trabalhadores que as táticas de manter os povos subjugados tiveram que ser revistas. Nesse sentido, Lula e Chavez são um balão de ensaio da super-estrutura capitalista. Os opressores têm cheiro de povo e falam seu linguajar. Esforçam-se em apresentar-se como seu maior defensor. Na prática, fazem o que todos os títeres sempre fizeram: entregar os frutos do suor do povo aos magnatas de sempre.
Enquanto Lula continuar pagando o juro mais alto do mundo às custas da miséria do povo, e Hugo Chavez continuar fornecendo o vital petróleo aos que chama de maiores inimigos e exploradores dos venezuelanos, Georg W. Bush(666) está bem de amigos.